O Habitabis Festival é uma ferramenta de colaboração com base no formato de festival, que aborda os temas do realojamento e da habitação social, promovendo conferências, workshops e debates entre instituições, técnicos e comunidades com o objectivo de produzir processos mais inclusivos.
O desenvolvimento do conceito Habitabis e a sua materialização numa primeira edição nasceu de uma bolsa Research & Development, da European Cultural Foudation. Um dos projectos seleccionados entre as mais de 700 propostas apresentadas no âmbito do Ideas Camp 2017, em Madrid.
É um festival, uma metodologia, uma ferramenta
Metodologia do habitabis
O Habitabis é uma ferramenta com uma metodologia mista que permite o máximo de partilha, colaboração e criação de novas dinâmicas durante os dias do festival, contribuindo para a construção conjunta de novos caminhos. Tem como base um formato assente na partilha directa, na colaboração horizontal e na co-construção de diagnósticos e soluções.
Público-alvo
Grupo A – Instituições (representantes);
Grupo B – Técnicos;
Grupo C – Comunidades (representantes ou moradores).
Esta leitura dos agentes envolvidos nas temáticas abordadas no festival é importante para que todos sejam equitativamente envolvidos nos debates e nas sessões de trabalho. É também importante que neste grupos estejam representados diferentes contextos, nacionalidades, idades, género e profissões, contribuindo assim para uma maior riqueza nos contributos e experiências partilhados.
Formato Conferências
Este é o momento de participação aberto a todo o público em geral. Neste formato, juntam-se vários projectos, com diferentes visões, com diferentes realidades e até épocas, divulgando-os de forma aberta a todos os interessados. Estas conferências dividem-se em dois contextos: Contextos Internacionais e Contextos Nacionais
Formato Sessões de Trabalho
Pela relevância dada à igualdade entre participantes, criam-se momentos de auscultação e participação únicos, capazes de fomentar fortes relações de entendimento e comunicação entre os participantes. Esta sensação de pertença e identificação com os grupos de trabalho é fundamental para que se consiga gerar um diagnóstico real e quantitativo nas suas diferentes visões sobre os mesmos temas. É também através destas conexões que se alcança um dos objectivos fundamentais do Habitabis, o de encurtar distâncias entre os intervenientes.
Este é o core do Habitabis. É neste formato que se potenciam sessões de trabalho inclusivas e eficientes, com base na colaboração horizontal e na troca de conhecimento peer to peer – entre pares.
A dinamização destas sessões de trabalho divide-se em cinco actividades: Diagnóstico; Princípios Fundamentais; Apresentação e Reflexão; Abordagens Colaborativas; Debate final.
Resultados
Pretende-se com esta ferramenta extrair a riqueza da experiência individual e do contributo pluralista do grupo, sem correr o risco de procurar alcançar uma resposta universal. Não é objectivo do Habitabis extrair dos seus eventos uma “fórmula mágica” para os processos de realojamento e habitação social, procurando antes criar as condições para que os diferentes agentes colaborem, dialoguem e participem na construção de respostas múltiplas.
A metodologia Habitabis foi desenvolvida com o objectivo de ter dois tipos de resultados, que aqui classificamos como Mensuráveis e Não-mensuráveis. Esta divisão é sustentada pela relevância dada, pelo conceito Habitabis, ao fortalecimento das relações socioprofissionais entre participantes.
Futuro
Após este primeiro protótipo o Warehouse pretende melhorar esta ferramenta de colaboração e disseminação, procurando que se materialize noutras edições para que chegue a mais pessoas e para que contribua para processos mais inclusivos no planeamento, criação e gestão da habitação pública, focados acima de tudo em quem nela habita.
Com esta metodologia o Warehouse intenta também criar uma base de dados que junta o empírico ao académico, da visão do técnico municipal ao morador do bairro. Um aglomerado de informação em constante mutação, adaptando-se aos contextos e às problemáticas, disponibilizada em opensource, servindo de ferramenta urbana e social de apoio a estes processos.
Equipa: Colectivo Warehouse
Financiador: European Cultural Foundation – R&D Grant 2017
Parceiros: Câmara Municipal de Lisboa – DMC, BLX – Biblioteca de Marvila, Untold, Trienal de Arquitectura de Lisboa, Rumo crl
Com: Rúben Teodoro, Ricardo Morais, Sebastião de Botton, Matilde Mozzi, Emanuel Falappa, Olivia Page
Colaboradores: Inês Coimbra, Álvaro Cidrais, Ana Adega, Tiago Mota Saraiva, Rita Silva, Ana Catarino, Joana da Fonseca Martins, António Brito Guterres, Gonçalo Folgado