Sopa da Pedra é um projecto desenvolvido em Maio de 2014 em colaboração com o colectivo Contrabando na cidade do Porto, com o objectivo de reactivar um espaço público através de uma intervenção urbana. A intervenção teve lugar durante uma semana, sendo o foco o fim-de-semana que é quando as pessoas têm mais disponibilidade para participar. Durante o evento de fim-de-semana as pessoas conviveram acompanhadas de uma “Sopa da Pedra” servida quente para os habitantes da comunidade local e os transeuntes que por ali passaram. O projecto centrou-se também na organização de um debate informal que abordou diversos temas relacionados com o espaço público e a fruição do mesmo na cidade.

O objetivo foi refletir sobre o futuro do mobiliário construído e os efeitos que esta intervenção e outras acções semelhantes geram na cidade e nas comunidades locais.

O projecto surge na sequência de um open call para integrar o programa cultural do projecto “Locomotiva” promovido pela PortoLazer. A “Locomotiva” surge com o objectivo de promover eventos, acções e intervenções nas proximidades da Estação de S.Bento, na Baixa, de modo a reabilitar e animar esta parte da cidade através de programação cultural durante um período de seis meses. Neste âmbito, a organização da Locomotiva lançou um concurso para arquitectos, curadores e artistas de modo a selecionar intervenções que reinventassem e transformassem espaços urbanos, no sentido de revitalizar algumas das zonas mais antigas da cidade.

O projecto teve lugar num pequeno largo onde se dá o cruzamento entre a Rua chã com a Rua do Loureiro. Neste bairro vive uma comunidade do Bangladesh que trabalha na área do comércio local marcando uma presença forte nas lojas de rés-do-chão desta zona. Esta circunstância dá bastante vida ao bairro assim como cria relações entre a comunidade do Bangladesh e outros residentes. O projecto explora esta situação, no sentido em que é pensada uma intervenção que promove um convívio apelando à participação de toda a comunidade local.

A construção de mobiliário foi realizada em regime de estaleiro aberto à comunidade com recurso a ferramentas do colectivo Warehouse. O mobiliário foi desenhado para ser fácil de construir com pessoas de todas as idades com diferentes capacidades. Foram construídos dois balcões de apoio à refeição, um conjunto de mesas e pequenos bancos que rapidamente se espalharam por todo o largo! A mesa corrida proporcionou um longo convívio, acompanhado de um debate vasto em ideias para o futuro do mobiliário ali presente assim como da sua melhor utilização para todos.

Para a criação de um sentido de pertença, o mobiliário foi construído recorrendo a um workshop em estaleiro aberto estimulando a partilha de conhecimentos de trabalho com a madeira.

Em conclusão, o projecto equipou um largo através da criação de mobiliário urbano com recurso a derivados e barrotes de madeira que permitiram uma fácil e rápida assemblagem. As diversas disposições possíveis para a ocupação deste largo, por serem peças móveis, possibilitam a adaptação da melhor forma para eventos futuros organizados pela comunidade local.

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Equipa: Warehouse + Colectivo Contrabando
Parceiros: Opium, Porto Lazer, Associação Comunidade do Bangladesh do Porto
Com: Rúben Teodoro, Ricardo Morais, Sebastião de Botton, Malin Mohr
Colaboradores: Thiago Negrão, Monika Reut, Sr. Guilherme